sexta-feira, 8 de abril de 2011

crossroads



Está na altura de me embrulhar com as palavras novamente. Esperei, esperei, esperei mas o momento de claridade ainda não chegou. Trabalhemos então por entre as sombras, talvez as palavras me ajudem a chegar lá...
Estou parada numa encruzilhada. Serei só eu? Parece-me que o mundo inteiro está ali comigo, suspenso numa indecisão momentânea mas que parece durar uma eternidade.
Falta-me coragem e sobra-me a preguiça de mudar o que tem que ser mudado e avançar. Avançar de uma vez por todas. Secretamente sei qual é caminho. É um segredo que guardo comigo há já um tempo. Mas o caminho é exigente e as distracções são tantas... continuo suspensa na encruzilhada com o mundo a respirar-me no pescoço. Tenho que avançar, ou mundo avança por mim e fico novamente à deriva. Mas por agora, permaneço. Só mais um pouco...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Fechado para Obras



Até mais do que a letra, esta música traduz o meu estado de espírito nos últimos tempos. Mudanças... Resistências... Evolução... Retrocesso...

Está tudo embaraçado. Não consigo escrever.

Até breve


Come and see
I swear by now I'm playing time against my troubles
I'm coming slow but speeding
Do you wish a dance and while
I'm in the front
The play on time is won
But the difficulty is coming here
I will go in this way
And find my own way out
I won't tell you to stay
But I'm coming to much more
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you now
What if they came down crushing
Remember when I used to play for
All of the loneliness that nobody
Notices now
I'm begging slow I'm coming here
Only waiting I wanted to stay
I wanted to play,
I wanted to love you
I'm only this far
And only tomorrow leads my way
I'm coming waltzing back and
Moving into your head
Please, I wouldn't pass this by
I wouldn't take any more than
What sort of man goes by
I will bring water
Why won't you ever be glad
It melts into wonder
I came in praying for you
Why won't you run
In the rain and play
Let the tears splash all over you

quinta-feira, 4 de março de 2010

A básica e essencial lição



Chegou antes do tempo. Nem dois quilos de toda a força luminosa do Universo. Um guerreiro minúsculo que já salvou o mundo.
A vida a correr como mar revolto e ele ali, minúsculo, a respirar sabiamente. Como deve ser. Com o amor que pára o tempo.
Salvou-nos.
Não nos resta mais do que segui-lo. Tem nome de rei e já salvou o mundo.
O amor que o trouxe a vingar a cada inspiração. A paz que dele emana a crescer a cada expiração.
A básica e essencial lição em menos de dois quilos. Um guerreiro minúsculo que nos fez parar e simplesmente... respirar.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Crise de meia idade



É oficial. Acabei de passar uma crise de meia idade. Fazer 35 anos deu-me volta à cabeça. De repente, percebi que daqui a 5 anos terei 40. Mas como? Ainda ontem tinha 20!!! Mais que isso, invadiu-me uma sensação de que a vida já tinha passado por mim, intensa e inesgotável, e agora se transformava num monótono cumprimento de tarefas, num rol de responsabilidades de longo prazo que apenas me libertariam para me deixarem velha e sem forças para mais nada. Pensei em tudo o que não fiz e no que já não farei. O frio e a chuva empurraram-me ainda mais para dentro, para o fundo. Deixei-me ficar enrolada num frio desconfortável que uma vez instalado se tornou suportável. Nem ousei levantar-me para me cobrir com uma manta, embora a dita estivesse quase ao alcance de uma mão.
No final do ano uma amiga enviou-me uma mensagem com uma citação do Agostinho da Silva que dizia assim:

“O que a vida apresenta de pior não é a violenta catástrofe, mas a monotonia dos momentos semelhantes; numa ou se morre ou se vence, na outra verás que o maior número nem venceu nem morreu: flutua sem norte, sem esperança. Não te deixes derrubar pela insignificância dos pequenos movimentos e serás homem para os grandes; se jamais te faltar a coragem para afrontar os dias em que nada se passa, poderás sem receio esperar os tempos em que o mundo se vira”

Foi o início do regresso à luz. Se continuasse no meu desconforto confortável, realizando tarefas quase maquinalmente iria tornar-me uma dos tais "flutuantes". Nada disso está em mim. Não nasci para flutuar pela vida, e os meus 35 anos afirmam isto com toda a certeza. Aliás, gritam-me isso aos ouvidos, eu é que tinha escolhido não ouvir...

O regresso é sempre mais lento do que desejamos e há dias em que as "recaídas" ameaçam instalar-se. Mas a minha energia voltou e com ela o apelo à evolução, à procura da luz e do equilíbrio. E essa é uma busca sem tempo nem idade.


PS - este post é dedicado ao Pedro, pela paciência e eterna cumplicidade e à Elsa e ao Hugo, dois amigos que mesmo ao longe intuiram o meu vazio e vieram em meu auxílio. Lov u all!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

E porque jukeboxes há muitas... Otherside

E porque jukeboxes há muitas (tantas como os "othersides" das nossas vidas), deixo-vos com Otherside.



Esta música marcou um período de renovação. Não uma renovação, mas o início dela. A viagem de um lado para outro lado. Depois de 5 anos em curva descedente quase até ao ponto que para continuar... pior não podia ser. Ou assim se poderia ou deveria pensar. Uma vez chegado ao fundo de um poço, tudo parece perdido. Acordas de repente nu. Despido, fraco, susceptível. Andaste anos perdido no “infinito” do que tu és. Não do que tu és, mas de uma das perspectivas do que poderias ser. O processo descendente só por si já é bastante introspectivo. Quando chegas ao ponto de não teres nada, viras-te para ti. Em sofrimento acaba-se o processo nos constantes porquês e já bastas. Para quem consegue acabar...
O meu processo teve uma fase vivida a dois. Poderia-se pensar que foi uma coisa horrível. Mas não. Foi difícil, complicado. Turbulento, violento. Mas foi também cheio de amor e boas emoções. De auto-conhecimento e cumplicidades. Proteccionismos, tomar conta, salvaguardar. Foi um processo diferente. Foi o meu processo. Pode-se pensar que falo disto olhando para trás. Com outros olhos. Mas não o meu amor por essa pessoa, sempre se manteve. Não esmoreceu. Antes pelo contrário, cresceu. Transformou-se, engrandeceu!
Quando cheguei ao cimo do poço era tudo novo. The new “Otherside”. Que magnífica oportunidade, poder começar de novo. Já pensaram? Poderem-se reconstruir, praticamente do zero? Olhando para trás, foi isso que eu fiz. Poderia ter sido um processo mais rápido tivesse eu a consciência plena dessa oportunidade que me foi concedida. Demorou o tempo que teve que demorar, com as pequenas vicissitudes e grandes vantagens que trouxe.
“The Otherside”, o meu “Otherside”. O nosso” Otherside”.
Há muito mais do que se possa pensar ou ver! Nunca mais acaba é o infinito. E o melhor de tudo é re-encontrar essa pessoa em todos os “Othersides” pelos quais vou entrando. Abençoem o vosso caminho, percebam a razão das coisas. Percebam que o “MAL” afinal só vos fez BEM! The otherside é tudo. E tudo está ao nosso alcance. Ao sonho da Vida! Às verdadeiras amizades, que felizmente tenho muitas. Ao saber dar e mais importante que tudo, saber receber.
Este post é dedicado a ti. Por que agora tudo faz sentido. Pela amiga eterna, pela mãe, esposa e MULHER que hoje és. Pelo amor que foi antes, durante e que hoje continua em crescendo. UM SER DE LUZ!!

P.S.- Punha aqui várias músicas do álbum!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Miúda



Continuo a não me sentir adulta. Crescida. Incomodam-me os "esquemas" dos adultos. As teias que tecem, as areias movediças que atravessam o meu caminho. Não quero. Não entendo. Não sei jogar. Não quero aprender. Hei-de ser sempre miúda.

Todos os dias digo adeus ao céu azul mas ele renasce sempre no dia seguinte. É a minha sina.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tesouros



Sempre tive muitos amigos. Mantenho amizades que já levam décadas mas a lista continua a aumentar. Hoje dei comigo a pensar nas razões, se é que existem, que nos levam a manter com alguém uma relação tão complexa e essencial como é para mim a amizade.
Para início de conversa estas coisas dos sentimentos parecem não ter razões, motivos explicáveis, plausíveis de ser tratados de forma racional (as tais razões que a razão desconhece). Mas mesmo dentro da irracionalidade das emoções, acontecem coisas mais “explicáveis” que outras. Se pegar nos meus amigos e nas características de cada uma dessas amizades, umas surgem como óbvias, outras parecem estranhas e despropositadas. Aparentemente tudo me distancia daquele outro. Aparentemente.
Gostarmos de alguém que nos desafia revelando-se o nosso contrário é, sem dúvida, uma aventura perigosa. Mas as amizades, quando não forçadas pela convivência quotidiana, tal como as relações amorosas livres de regras comuns, tornam-se espaçosas e logo, aguentam melhor a pressão. A pressão que vem de dentro e também a que vem de fora. Afinal, “diz-me com quem andas dir-te-ei quem és”.
A verdade é que todas as diferenças podem ser apagadas com um único ponto de união. Uma faísca solitária e poderosa que nos prende, nos encanta e nos liga (para sempre ou não, dependendo do impacto) ao outro. A força destas relações reside justamente nisto. Na força imensurável de um pormenor inesperado que, num segundo, nos põe em causa e muda tudo. Somos obrigados a rever toda a matéria à medida que as contradições se avolumam e nos sufocam. Mas quando deixamos de racionalizar e nos entregarmos à intuição, tudo funciona.
Se nas relações amorosas a sofreguidão dá normalmente lugar à frustração, tipo - “ I can’t live, with or without you”-, na amizade (cuja velocidade cruzeiro permite outras manobras) a probabilidade de sucesso e durabilidade aumenta. Apesar disso, nunca é fácil nem pacifico. No fundo é como se déssemos cara e corpo às nossas mais íntimas contradições. E é aí que surge a revelação. Do confronto à resolução. No meio da guerra, a chave do tesouro.
Sou guardiã de alguns tesouros. Esta vai directamente para um deles. Uma música que me lembra aquele momento em que o fim da noite e o início do dia se tocam numa harmonia (aparentemente) impossível.