segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Templo



Quem as viu chegar, fatos de treino, mochilas, conversas e risos não imaginaria que se iria passar.

Naquele monte perdido no tempo e no espaço, as 14 mulheres descalças pisaram o chão do templo e sentaram-se em círculo. No centro o ovo cósmico desenhado com pedras e dentro dele, pétalas de rosa que formavam um símbolo feminino, recebido numa visão pela Guia daquele dia.
O trabalho começou. O tempo parecia parado enquanto as 14 mulheres meditavam. A energia daquele local mágico a fundir-se com a delas, a expandir-se em luz e harmonia. Cada mulher trazia uma missão, uma procura, uma prece. Todas buscavam o sagrado, a plenitude e a sabedoria do feminino.
A cura. Não a cura milagrosa que simplesmente acontece, mas a cura que chega através da força e da paz com que investimos na mudança, no trabalho constante de nos sentirmos, de sentirmos os outros.
Como dançarinas exóticas, as mulheres foram largando véus e panos, despindo-se de tudo o que as afastava das dimensões mais subtis. Apresentavam-se agora nuas perante o Universo, prontas a dar e receber incondicionalmente. A energia desse Amor enchia o templo, espalhando-se pela Natureza esplendorosa que o rodeava. As lágrimas que corriam soltas e límpidas, os sorrisos, os abraços poderosos, reparadores. O ritual chegava ao seu auge numa explosão de energia. Olhavam-se e sabiam. Do poder de cada uma, do poder ainda maior que tinham assim unidas. E riam. E choravam.
No fim, ficaram deitadas ao Sol, olhos fechados. Levariam um pouco daquele monte perdido no tempo e no espaço e um pouco de cada uma delas permaneceria ali, eternamente.

Quem as viu sair, fatos de treino, mochilas, conversas e risos não imaginaria o que ali se passou...

Um comentário:

El B disse...

Não sei se acabo de ler um Sabbath, se um covenant Wiccan!
Adorei a música escolhida. Não conhecia.