sexta-feira, 24 de outubro de 2008
O Punk
Punk. Uma palavra, presente no imaginário de todos nós, mas que para mim, antes de qualquer outra coisa, representa um rapaz, e apenas um rapaz.
O Punk. Se ele era realmente punk, se cumpria todos os requisitos para isso, não faço ideia, nem me interessa. Para nós foi sempre "O Punk". Na altura,também ouviamos umas "punkalhadas" mas a postura de grupo puxava mais para o metal, embora( felizmente), fossemos todos bastante ecléticos. A postura dele, do Punk, era efectivamente de punk. Contaria dezenas de histórias para provar esta teoria, mas não o vou fazer. Digamos apenas que, a maioria do tempo, se dedicava a inventar brincadeiras muito estúpidas e perigosas. Mas isso não é o mais importante. O mais importante é que o Punk era um rapaz muito inteligente e sensível, com uma criatividade plástica incrível.
A vida nunca não foi fácil para ele, e hoje, ao reflectir sobre isso, descubro muita coisa que na altura não podia ver. As suas inseguranças e carências,a sua necessidade constante de amar e de se sentir amado. O seu enorme talento. E a ironia da sua história.
O Punk foi ao fundo do poço, mesmo. Mas o poço não acabou com ele. Ele acabou com o poço e renasceu. De uma forma para nós estranha e incompreensível, mas à maneira dele, a única possível provavelmente.
Durante muito tempo achei que ele ia morrer cedo. Tantas asneiras...
Mas depois sosseguei, ele estava bem, estava a refazer a vida dele, noutra vida. Trabalho, namorada, rotinas certinhas. A paixão das motas.
Só soube da sua morte depois do funeral. Estava em Praga e ninguém me quis estragar a viagem. Até hoje guardo a tristeza de não me ter despedido dele. Até hoje guardo o sentimento incrédulo perante a sua morte. Por ele, até hoje guardo a certeza da total incerteza das nossas vidas e da ironia da nossa morte. Porque com ele, morreu um pouco de todos nós, mas em nós vive um pouco do Punk que ele foi.
Anarquia!
Esta é para ti João, onde quer que estejas!
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5 comentários:
Desta vez não foi a música que me levou lá atrás…mas foi o post.
Não ter cá gente que cá devia estar. Gente nossa!
O que antes pensava ser loucura, mas hoje percebo o contexto de onde vinha essa mesma loucura.
Ela não ficou para contar a adolescência. Mas está cá. Bem viva em mim.
VC
Nota:exclui o comentário anterior porque tinha erros...e não sabia que ficava registada a eliminação. Sorry.
Senhor fumante está desculpado!
o Punk... das memórias que foram acordadas, dos momentos bons e muito maus, ficou coisa boa... Porra, Cat, que se me embarga a mão pá!!! Não escrevo mais!! (ps: onde quer que ele esteja, esperemos que não haja lençóis...).
E se houver lençóis, espero que ele tenha levado o capacete!
...da-se!!!!!
Lindo! Um clássico very Vintage!!!
O Sid até parece estar ainda sem "Vicious"... ;-)
Ah! Que saudades das minhas Doc. Martens. Há por aí muito boa canela que não as têm, mas...
Se ainda for a tempo, Sorry!
Oh! Yeah!!!
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