segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Grande Momento
Intro
Ontem um amigo muito especial chamou-me a atenção para o facto da Juke ainda não ter Pearl Jam. Banda incontornável para muitos, essencial para mim. Os dois primeiros álbuns foram autênticas bíblias musicais, talvez os dois álbuns que mais vezes ouvi em toda a minha vida. E aí reside a dificuldade. As regras querem inverter-se. Porque a música de que falo acompanhou-me, durante tanto tempo, e de forma tão intensa, que me é difícil liga-la a momentos concretos (onde é que eu já ouvi isto?). Depois de alguma reflexão, resolvi tentar a sorte. Este será, provavelmente, o primeiro de muitos posts musicados pelos Peal Jam. Afinal, temos que começar por algum lado. E normalmente, o melhor é começar pelo princípio.
Tinha acabado de entrar para a faculdade. O "Ten" era o meu melhor amigo. O discman, último presente que recebi do meu pai, rodava 24 sobre 24 o tal álbum. Da tal banda. Que fazia parte do tal movimento. Que estava a mudar a música, que nos estava a mudar a todos. Ou talvez não. Talvez o dito movimento apenas tivesse chegado numa boa hora e se cumprisse ao dar voz, ritmo e melodia aquilo que todos sentíamos. O fim da inocência, o confronto inevitável com o real. Eu, pessoalmente, não ouvia mais nada, não sentia mais nada. Dormia de phones, o álbum em repeat tocava toda a noite. Para que não ouvisse mais nada.
O ambiente académico foi uma desilusão imediata, começando pelas estupidificantes praxes e afins. Os professores eram velhos, a matéria desactualizada.
E as aulas começavam tão cedo...
Mas para cada Inferno colectivo existe um Paraíso individual, e eu encontrei o meu logo no primeiro dia de aulas. Olhei para ela e senti. Respirei fundo e tranquilizei-me. Não estava só. Não éramos iguais, nem por sombras. Tínhamos o mesmo olhar, "apenas" isso. O desespero era tanto que não tivemos qualquer pudor em admitir que nos tínhamos reconhecido logo ali. Metemos conversa, desistimos da apresentação de uma qualquer cadeira e fomos para o café. Nunca mais nos largámos.
Entre muitas outras coisas, partilhamos o "Ten". Vezes infinitas. Fazíamos teses e tratados para cada um dos temas, ou "limitavamo-nos" a ouvi-los em silêncio.
Pelo meio o estudo. Que agora já tinha que ser. De facto. Era necessário estudar, por pouco que fosse. Ou nada feito. Não nos demos mal...
É aqui que me encontrei naquele momento. No momento do "Ten". Que foram, pelos menos, dois anos...
O fim definitivo da inocência, o principio de uma nova etapa, o encontro com uma amizade eterna.
Grande álbum.
Grande momento...
PS - a escolha do vídeo e da canção foi a possível. Os primeiros vídeos oficiais do "Ten" no youtube, não dão para copiar...
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6 comentários:
Não me consdero deste Movimento. Apesar de esse ser o inicio do fim da Humanidade.
Todos temos de pertencer a alguma coisa.
Ainda assim, depois da tua licenciatura(srª Drª.) lembro-me do Mestrado (Srª Drª Mestre) em Madrid. Lembro-me de uma viagem num Panda minusculo com tralha até ao tejadilho.... e lembro-me de fostar disso. Gostar porque estavamos os 4.
Sempre o vi assim. Nós os 3 mais a miuda (a miuda és tu).
Foram os melhores tempos e os piores tempos(já alguem disse isto certo???....)
Foram os meus tempos!!!!
Enfim, Grandes Momentos....
Também não considero que tenha "pertencido" ao movimento grundge. Mas ele pertenceu-me com certeza!
Essa viagem no Panda.. inesquecível realmente. Ainda hei-de escrever sobre ela.
"Nós os 3 e a miúda"... O tipo de frases que daria discussão para horas, ainda hoje!
Manos, Pearl Jam eram os "poseurs" do grunge... Los berdaderos, los genuinos eram os da Alice... FUCKIN HELL!!!! O resto eram "wannabes"...
Bom, nem vou ter essa discussão contigo Sr. Padrela! Não faças um post sobre os Alice rapidamente...é que o meu já está quase pronto!
Nã fofa do mê coraçon, fazer um dos Alice... seria "too much obvious"... farei um assim... digamos que... num sê... logo se vê, né ?? Bezuz
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