Intro
Depois de passar alguns dias sem escrever, já me ardem as mãos. Tantas ideias, nem sei por onde continuar...
Sempre quis que este espaço não fosse só meu e parece que consegui. Obrigada a todos pela cumplicidade, partilhando as suas jukes, comentando, ou simplesmente seguindo silenciosamente o blog. Não faria sentido de outra forma!
Bom, e sem mais demoras... música! Liga-se a jukebox, vamos ver o que sai...
A Anatomia de Grey é dos poucos vícios televisivos que ainda possuo. Terça-feira, depois do Jornal 2 (por agora não, devem estar a juntar dinheiro para a próxima temporada). Despacho tudo a correr para me poder sentar e, durante quase uma hora, viver outras vidas. Vidas cheias de emoções, peripécias, lições mais ou menos moralistas. Outras vidas, outros empregos, outras famílias, outros amigos. Dramas impressionantes vividos à dúzia por episódio. Às vezes lá cai uma lágrima. Mas nunca como naquele episódio.
O meu dia de trabalho tinha sido difícil. As miúdas não me deram tréguas e o meu homem estava zangado. Só me apetecia chorar. Há tantos dias em que me apetece chorar... Mas deixei de conseguir, pelo menos com a facilidade de outros tempos. Às vezes sinto que me bastava chorar. Mas não sai nada. Nada.
Naquela noite, valia-me a Anatomia. O enredo complicara-se, o episódio seria, com certeza, emocionante. E foi. Uma correria, em todos os sentidos. Mas tudo parecia seguir em direcção a um final feliz. A minha personagem preferida ia casar com o homem da sua vida, que recuperava de um problema cardíaco gravíssimo. Ela estava feliz, eu estava feliz com ela. Mas num golpe habitual nestas telenovelas, o homem, lindo, jovem e apaixonado, morre como um pássaro, sem que nada nem ninguém lhe pudesse valer. Não queria acreditar. Era demais, até para a Anatomia de Grey! Chorei convulsivamente ao som desta canção, que faz parte da banda sonora da série, mas que já me tinha prendido quando tocava na rádio. Chorei muito e durante muito tempo. Já a série tinha acabado e eu permanecia no sofá, a soluçar, a cara já inchada de tanto choro. Chorei pela minha personagem preferida e pelo seu amor morto. Chorei pelo profundo cansaço que o meu trabalho me traz tantas vezes. Chorei pelas zangas conjugais, chorei pela disponibilidade que às vezes não tenho para as minhas filhas. Chorei por tudo o que é importante e por esta vida maluca que nos afasta disso, do que é realmente importante.
Chorei, chorei, chorei.
Finalmente.
PS - este post e sobretudo esta canção é dedicada às 3 pessoas mais importantes da minha vida.
"All that I am, all that I ever was, is here in your perfect eyes, they're all I can see"
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4 comentários:
Bem eu realmente não tenho pachora para a Anatomia de Grey.
Sou muito mais pessoa de Dr. House ou IR
Gosto de series realistas e de facto a realidade comove-me... por si só, sem enrredos ou subterfugios.
Apenas a realidade!... Já é motivo suficiente para chorar!!!
De realidade tenho eu overdoses diárias no trabalho...
Ah! E adoro o House, mas que de realista não tem NADA!!!!!!!!!!!!
Realmente essa série é uma m....
parece uma coisa para adolescentes tardios.
Mas gostei do post!
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