segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Vazio



Big Empty... Sentiu-o na pele, aliás, umas quantas camadas abaixo dela. Invadiu-lhe a alma a determinada altura. Começou por ser um vazio pequenino. Um silêncio onde havia voz. Um ligeiro cansaço, uma indiferença quase confortável. Os dias pareciam não trazer nada assinalável, tudo era previsível e entediante. Cada um desses dias alimentava o vazio, que por essa altura era a única coisa que crescia dentro de si. E como crescia! Tomou conta de tudo, pintou-lhe a alma de negro e deixou-a a flutuar numa terra de ninguém, algures entre o pesadelo e a realidade.
Vivera sempre atenta aos outros, pronta a estender a mão assim que alguém escorregasse. Agora perguntava-se porque ninguém a via cair. Seria um direito seu, deixar-se ir. O vazio engolia o medo que sempre sentira de que tudo à sua volta desmoronasse. Tanta coisa que nunca se tinha permitido... Agora era possível. O vazio permitia-o.
Como numa metamorfose, quando o vazio a preencheu totalmente, sentiu-se livre. Vazia mas livre. Livre para viver uma vida ao contrário, como uma Alice do outro lado do espelho.

Drivin faster in my car
Falling farther from just what we are
Smoke a cigarette and lie some more
These conversations kill
Falling faster in my car

Time to take her home
Her dizzy head is conscience laden
Time to take a ride
It leaves today no conversation
Time to take her home
Her dizzy head is conscience laden
Time to wait too long
To wait too long
These conversations kill

To much walkin, shoes worn thin
Too much trippin and my souls worn thin
Time to catch a ride
It leaves today, her name is what it means
To much walkin, shoes worn thin

Stone Temple Pilots

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