segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

E porque jukeboxes há muitas... Otherside

E porque jukeboxes há muitas (tantas como os "othersides" das nossas vidas), deixo-vos com Otherside.



Esta música marcou um período de renovação. Não uma renovação, mas o início dela. A viagem de um lado para outro lado. Depois de 5 anos em curva descedente quase até ao ponto que para continuar... pior não podia ser. Ou assim se poderia ou deveria pensar. Uma vez chegado ao fundo de um poço, tudo parece perdido. Acordas de repente nu. Despido, fraco, susceptível. Andaste anos perdido no “infinito” do que tu és. Não do que tu és, mas de uma das perspectivas do que poderias ser. O processo descendente só por si já é bastante introspectivo. Quando chegas ao ponto de não teres nada, viras-te para ti. Em sofrimento acaba-se o processo nos constantes porquês e já bastas. Para quem consegue acabar...
O meu processo teve uma fase vivida a dois. Poderia-se pensar que foi uma coisa horrível. Mas não. Foi difícil, complicado. Turbulento, violento. Mas foi também cheio de amor e boas emoções. De auto-conhecimento e cumplicidades. Proteccionismos, tomar conta, salvaguardar. Foi um processo diferente. Foi o meu processo. Pode-se pensar que falo disto olhando para trás. Com outros olhos. Mas não o meu amor por essa pessoa, sempre se manteve. Não esmoreceu. Antes pelo contrário, cresceu. Transformou-se, engrandeceu!
Quando cheguei ao cimo do poço era tudo novo. The new “Otherside”. Que magnífica oportunidade, poder começar de novo. Já pensaram? Poderem-se reconstruir, praticamente do zero? Olhando para trás, foi isso que eu fiz. Poderia ter sido um processo mais rápido tivesse eu a consciência plena dessa oportunidade que me foi concedida. Demorou o tempo que teve que demorar, com as pequenas vicissitudes e grandes vantagens que trouxe.
“The Otherside”, o meu “Otherside”. O nosso” Otherside”.
Há muito mais do que se possa pensar ou ver! Nunca mais acaba é o infinito. E o melhor de tudo é re-encontrar essa pessoa em todos os “Othersides” pelos quais vou entrando. Abençoem o vosso caminho, percebam a razão das coisas. Percebam que o “MAL” afinal só vos fez BEM! The otherside é tudo. E tudo está ao nosso alcance. Ao sonho da Vida! Às verdadeiras amizades, que felizmente tenho muitas. Ao saber dar e mais importante que tudo, saber receber.
Este post é dedicado a ti. Por que agora tudo faz sentido. Pela amiga eterna, pela mãe, esposa e MULHER que hoje és. Pelo amor que foi antes, durante e que hoje continua em crescendo. UM SER DE LUZ!!

P.S.- Punha aqui várias músicas do álbum!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Miúda



Continuo a não me sentir adulta. Crescida. Incomodam-me os "esquemas" dos adultos. As teias que tecem, as areias movediças que atravessam o meu caminho. Não quero. Não entendo. Não sei jogar. Não quero aprender. Hei-de ser sempre miúda.

Todos os dias digo adeus ao céu azul mas ele renasce sempre no dia seguinte. É a minha sina.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Tesouros



Sempre tive muitos amigos. Mantenho amizades que já levam décadas mas a lista continua a aumentar. Hoje dei comigo a pensar nas razões, se é que existem, que nos levam a manter com alguém uma relação tão complexa e essencial como é para mim a amizade.
Para início de conversa estas coisas dos sentimentos parecem não ter razões, motivos explicáveis, plausíveis de ser tratados de forma racional (as tais razões que a razão desconhece). Mas mesmo dentro da irracionalidade das emoções, acontecem coisas mais “explicáveis” que outras. Se pegar nos meus amigos e nas características de cada uma dessas amizades, umas surgem como óbvias, outras parecem estranhas e despropositadas. Aparentemente tudo me distancia daquele outro. Aparentemente.
Gostarmos de alguém que nos desafia revelando-se o nosso contrário é, sem dúvida, uma aventura perigosa. Mas as amizades, quando não forçadas pela convivência quotidiana, tal como as relações amorosas livres de regras comuns, tornam-se espaçosas e logo, aguentam melhor a pressão. A pressão que vem de dentro e também a que vem de fora. Afinal, “diz-me com quem andas dir-te-ei quem és”.
A verdade é que todas as diferenças podem ser apagadas com um único ponto de união. Uma faísca solitária e poderosa que nos prende, nos encanta e nos liga (para sempre ou não, dependendo do impacto) ao outro. A força destas relações reside justamente nisto. Na força imensurável de um pormenor inesperado que, num segundo, nos põe em causa e muda tudo. Somos obrigados a rever toda a matéria à medida que as contradições se avolumam e nos sufocam. Mas quando deixamos de racionalizar e nos entregarmos à intuição, tudo funciona.
Se nas relações amorosas a sofreguidão dá normalmente lugar à frustração, tipo - “ I can’t live, with or without you”-, na amizade (cuja velocidade cruzeiro permite outras manobras) a probabilidade de sucesso e durabilidade aumenta. Apesar disso, nunca é fácil nem pacifico. No fundo é como se déssemos cara e corpo às nossas mais íntimas contradições. E é aí que surge a revelação. Do confronto à resolução. No meio da guerra, a chave do tesouro.
Sou guardiã de alguns tesouros. Esta vai directamente para um deles. Uma música que me lembra aquele momento em que o fim da noite e o início do dia se tocam numa harmonia (aparentemente) impossível.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Absent minded friend



Compreendo-te melhor do que pensas. Faço por ti o que um dia já fizeram por mim. Remo e remarei sempre contra essa maré que apesar de parecer vir sempre a teu favor, vem contra ti. Podes continuar ausente, eu estou presente.
Alerta.
À espera.
À tua espera...

Well it's a silly thing
That I've been wondering
Shall we drink a toast to
Absent minded friends
To all who turn the corner and
To those who went round the bend
Everybody raise your glasses
Drink and drown
Melancholy for the masses
Love come down

Well it's a silly thing
That I've been wondering
Maybe you will never
Bridge the gulf
Baby you are just too sensitive
Are you numb enough?
Can we ever feel this
Impending void?
Have we become what we intended
To avoid?

Have you ever smiled for too long?
Till you're aching
Have you ever laughed till you cried?
Till your heart is breaking.

Have you ever smiled for too long?
Till you're aching
Have you ever laughed till your heart is breaking.
Well it'a a silly thing that I've been wondering.

Love is always riddled with
Selfishness
Few will find joy in their
Big success
From the sublime to the ridiculous in the
Blink of an eye.
Funny all too funny
You're a funny guy

If it'a too much to feel
Come this way my friend
Try to keep it unreal
Feels good to let yourself descend to pretend
We can transcend our everyday existances
No distances
How did we come undone?
Became what we've become

Have you ever smiled for too long?
Till you're aching.
Have you ever laughed till you cried?
Till your heart is breaking.

Have you ever smiled for too long?
Till you're aching.
Have you ever laughed till your heart is breaking.
How did we come undone?

Have you ever smiled for too long?
Till you're aching.
Became what we've become
Have you ever laughed till you cried?
Till your heart is breaking.
How did we come undone?

Have you ever smiled for too long?
Became what we've become
Have you ever laughed till your heart is breaking.
How did we come undone?

Became what we've become
How did we come undone?
Became what we've become

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Heroes



Naquela noite tudo se precipitou. Ficaram sós em frente ao mar, entre a noite escura e as ondas que batiam no paredão. Confessaram-se, choraram e riram juntos. Ficaram até o sol nascer, esticando aquele momento que sabiam único. O dia trouxe a realidade, a complexidade da vida e das relações humanas. E dia após dia a impossibilidade de permanecerem juntos apresentava-se tão forte como as ondas que batem no paredão em noites escuras.
Tal como na música do Bowie...


I, I will be king
And you, you will be queen
Though nothing will drive them away
We can beat them, just for one day
We can be Heroes, just for one day

And you, you can be mean
And I, I'll drink all the time
'Cause we're lovers, and that is a fact
Yes we're lovers, and that is that

Though nothing, will keep us together
We could steal time,
just for one day
We can be Heroes, for ever and ever
What d'you say?

I, I wish you could swim
Like the dolphins, like dolphins can swim
Though nothing,
nothing will keep us together
We can beat them, for ever and ever
Oh we can be Heroes,
just for one day

I, I will be king
And you, you will be queen
Though nothing will drive them away
We can be Heroes, just for one day
We can be us, just for one day

I, I can remember (I remember)
Standing, by the wall (by the wall)
And the guns shot above our heads
(over our heads)
And we kissed,
as though nothing could fall
(nothing could fall)
And the shame was on the other side
Oh we can beat them, for ever and ever
Then we could be Heroes,
just for one day

We can be Heroes
We can be Heroes
We can be Heroes
Just for one day
We can be Heroes

We're nothing, and nothing will help us
Maybe we're lying,
then you better not stay
But we could be safer,
just for one day

Oh-oh-oh-ohh, oh-oh-oh-ohh,
just for one day

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ninguém é o que pensa?



Ninguém é o que pensa, pois não mãe? - os olhos castanhos enormes a pedirem apaziguamento para as dúvidas da alma que quase não cabe naquele corpo pequeno.
- Isso foi algo que pensaste sozinha ou ouviste alguém dizer?
- Acho que vi num filme, já não me lembro bem... tenho andado a pensar nisso...
- Sim, acho que sim. Parece-me que será verdade.
- Porquê?
Pausa...
- Porquê??!
- Porque cada pessoa tem uma visão só sua, um pensamento só seu. Por isso é que às vezes é tão dificil vivermos uns com os outros. Vemos, pensamos e sentimos as coisas de maneira diferente, única.Por outro lado, é mesmo isso que torna a nossa vida tão divertida, sermos todos tão diferentes.
- Pois é...
- Sabes uma coisa que pensei mesmo agora?
- O quê mãe?
- Que normalmente as coisas melhores da vida também são as mais dificeis. Não achas?
- Vou pensar... Boa noite mãe.
Alguns minutos depois o sono vencia as angústias existenciais da pequena. Já eu, demorei muito tempo a adormecer.

Eclipse
(Waters)

All that you touch
All that you see
All that you taste
All you feel.
All that you love
All that you hate
All you distrust
All you save.
All that you give
All that you deal
All that you buy,
beg, borrow or steal.
All you create
All you destroy
All that you do
All that you say.
All that you eat
And everyone you meet
All that you slight
And everyone you fight.
All that is now
All that is gone
All that's to come
and everything under the sun is in tune
but the sun is eclipsed by the moon.

"There is no dark side of the moon really. Matter of fact it's all dark."

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Às vezes é preciso, mesmo que seja só uma...



Give me one reason to stay here and I’ll turn right back around
Give me one reason to stay here and I’ll turn right back around
Said I don’t want to leave you lonely
You got to make me change my mind

Baby I got your number and I know that you got mine
You know that I called you I called too many times
You can call me baby
You can call me anytime, but you got to call me

Give me one reason to stay here and I’ll turn right back around
Give me one reason to stay here and I’ll turn right back around
Said I don’t want to leave you lonely
You got to make me change my mind

I don’t want no one to squeeze me
They might take away my life
I don’t want no one to squeeze me
They might take away my life

I just want someone to hold me
And rock me through the night
This youthful heart can love you and give what you need
This youthful heart can love you and give what you need
But I’m too old to go chasing you around wasting my precious energy

Give me one reason to stay here and I’ll turn right back around
Give me one reason to stay here and I’ll turn right back around
Said I don’t want to leave you lonely
You got to make me change my mind

Baby just gives me one reason
Give me just one reason why
Baby just gives me one reason
Give me just one reason why I should stay
Because I told you that I loved you and there aren’t no more to say

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Mudanças



Não gosto desta casa, não tem candeeiros! - declarou após um dia na casa nova.
Fiquei alarmada. E se todas estas mudanças, sonhadas e pensadas há tanto tempo não resultarem? Será que as miúdas se adaptam? Será que nós nos adaptamos? E se tudo isto não passou de um engano? Será este o caminho?
Repeti a mim própria frases "autocalmantes" e concentrei-me em coisas práticas, evitando grandes reflexões. Os dias foram passando. A energia branca da casa despida ia ganhando cor. As miúdas lentamente a ceder às tácticas didácticas e participativas que íamos experimentando. Mas de quando em vez, voltavam as interrogações:
- Quando voltamos para a casa velha?
- A casa velha nunca mais vai ser nossa?!
Acabadas as férias, a integração nas escolas novas. A angústia da mais pequenita:
- Mas esta não é a minha escola!
Respira fundo, conta até 10. É questão de dias... Será?
Passaram algumas semanas. Poucas. Cada dia melhor que o anterior.
Ontem, o presente mais esperado. Voltávamos a casa ao final do dia e a menina que não gosta de casas sem candeeiros declarou:
- A nossa casa é mais linda do mundo!
Parece que as pequenas trataram do assunto. Atacaram a mudança, esmiuçaram-lhe todos os contornos e deram a volta. Não sei porque me preocupei...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Festivais de Verão

Cerveja intragável a dois euros. Merchandising estupidificante tipo colares com luzes a piscar ou bandoletes com antenas, usados com orgulho por noventa por cento dos festivaleiros. Meninas quase despidas a vender todo o tipo de inutilidades e concursos ridículos com prémios absurdos. É este o inferno com que temos que conviver para ver e ouvir música na maioria dos festivais de Verão. A náusea só termina quando, mais uma vez, nos encontramos perante grandes músicos e grandes concertos.
Este Verão, para além dos fenomenais Dave Mathews Band, tive o privilégio de assistir a dois concertos brutais: Asian Dub Fundation e Nitin Sawhney.
Arrebatadores!
(ando a tentar fazer este post há séculos em pcs emprestados por cinco minutos... acabei de desistir. Deixo-vos a música que é o que verdadeiramente interessa. Quando houver condições volto à carga.)





segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dave Mathews Band ou O Concerto



Depois do concerto que vi no sábado com esta malta parece-me impossível chamar música a qualquer outra coisa... Lindo, lindo, lindo!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Agora é o caso



Não costumo falar de trabalho aqui. Excepto quando o trabalho vem para casa comigo. Agora é o caso.
Violência. Natureza humana. Mais dura e secreta quando acontece dentro de casa. Violência doméstica. Mexe com todos nós, não se iludam. Fala, aliás, grita coisas horríveis sobre todos nós. Por isso, a cabeça lá nos prega mais uma rasteira e faz por nos cegar.
A degradação das relações humanas, a céu aberto em jornalecos sensacionalistas, abrindo telejornais, escancarando portas de hospitais, tribunais e prisões.
Mas apenas quando o ciclo se quebra de forma definitiva, irremediável. Para trás ficaram anos, (10 anos, 20 anos, 30 anos...) de gritos sem eco, queixas engavetadas, pedidos de ajuda mais ou menos evidentes. Fora umas poucas mãos cheias de mulheres e homens seriamente empenhados nesta luta, a grande maioria permanece impávida e serena, cultivando a tradição da violência nas nossas casas pelo SILÊNCIO, que na melhor das hipóteses permite-se crescer a um murmúrio momentâneo.
Não exagero(infelizmente)acreditem. Os ciclos quebrados a tempo, as pequenas vitórias, acontecem única e exclusivamente porque alguém escolheu ver, ouvir, sentir e agir. Existiu uma interacção e aquela história deixou de ser um segredo. E é a partir daí que surgem planos, estratégias, hipóteses de saída.
Os maus segredos, fora do armário, tendem a encolher...
Escolham ver, ouvir e sentir aqueles que se cruzam nas vossas vidas. É a única arma possível para uma revolução que tarda em chegar...

domingo, 5 de julho de 2009

Um



Quando este tema começou a invadir as rádios eu vivia o final agonizante da minha primeira relação amorosa e imediatamente colei toda a dor que sentia ao "One". Inconsciente das minhas próprias limitações emocionais na altura, estava convencida que tinha dado tudo àquele amor e sofria perdida em ilusões, assustada por novas realidades que me batiam de chapa como ondas no Inverno.
Só mais tarde, com as dores cicatrizadas e já meio difusas nas minhas memórias, compreendi a genialidade desta canção. Nela cabem todas as histórias de amor, desde as que vivemos apenas na nossa cabeça até à própria história da humanidade e a sua procura colectiva e espiritual do Amor. Sermos Um quando somos dois, quando somos muitos, quando somos todos. Nela cabem todas as lutas e todas as dores de sermos Um, único e só. Nela cabem todas as dúvidas existenciais que provêm desta estranha dinâmica de dar e receber e os todos os riscos que corremos quando nos entregamos verdadeiramente. O outro Um, por vezes tão próximo, outras vezes tão distante, tão diferente. Um...



Is it getting better, or do you feel the same?
Will it make it easier on you now
You got someone to blame

You say
One love
One life
When it's one need in the night
One love
We get to share it
Leaves you baby if you don't care for it

Did I disappoint you?
Or leave a bad taste in your mouth?
You act like you never had love
And you want me to go without

Well it's...
Too late
Tonight
To drag the past out into the light
We're one, but we're not the same
We get to carry each other
Carry each other
One

Have you come here for forgiveness?
Have you come tor raise the dead?
Have you come here to play Jesus
To the lepers in your head?

Did I ask too much?
More than a lot
You gave me nothing, now it's all I got
We're one, but we're not the same
Well we hurt each other
Then we do it again

You say
Love is a temple
Love a higher law
Love is a temple
Love the higher law
You ask me to enter but then you make me crawl
And I can't be holding on to what you got
When all you got is hurt

One love
One blood
One life
You got to do what you should
One life
With each other
Sisters
Brothers
One life
But we're not the same
We get to carry each other
Carry each other
One

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Moonwalker



Estranha figurinha este Senhor, mas dançava como ninguém! Paz à sua alma.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Músicas com Respeito III

Estes pedem só a "little". Será que nestas coisas do respeito o tamanho não conta?



E agora na versão dos Silence 4...

Músicas com Respeito II



Respect

(oo) What you want
(oo) Baby, I got
(oo) What you need
(oo) Do you know I got it?
(oo) All I'm askin'
(oo) Is for a little respect when you come home (just a little bit)
Hey baby (just a little bit) when you get home
(just a little bit) mister (just a little bit)
I ain't gonna do you wrong while you're gone
Ain't gonna do you wrong (oo) 'cause I don't wanna (oo)
All I'm askin' (oo)
Is for a little respect when you come home (just a little bit)
Baby (just a little bit) when you get home (just a little bit)
Yeah (just a little bit)
I'm about to give you all of my money
And all I'm askin' in return, honey
Is to give me my propers
When you get home (just a, just a, just a, just a)
Yeah baby (just a, just a, just a, just a)
When you get home (just a little bit)
Yeah (just a little bit)

------ instrumental break ------

Ooo, your kisses (oo)
Sweeter than honey (oo)
And guess what? (oo)
So is my money (oo)
All I want you to do (oo) for me
Is give it to me when you get home (re, re, re ,re)
Yeah baby (re, re, re ,re)
Whip it to me (respect, just a little bit)
When you get home, now (just a little bit)
R-E-S-P-E-C-T
Find out what it means to me
R-E-S-P-E-C-T
Take out a TCP
Oh (sock it to me, sock it to me,
sock it to me, sock it to me)
A little respect (sock it to me, sock it to me,
sock it to me, sock it to me)
Whoa, babe (just a little bit)
A little respect (just a little bit)
I get tired (just a little bit)
Keep on tryin' (just a little bit)
You're runnin' out of fools' (just a little bit)
And I ain't lyin' (just a little bit)
(re, re, re, re) 'spect
When you come home (re, re, re ,re)
Or you might walk in (respect, just a little bit)
And find out I'm gone (just a little bit)
I got to have (just a little bit)
A little respect (just a little bit)

Músicas com Respeito I



É Mesmo Assim (Respeito)

Levo o meu trabalho com prazer e muito a sério,
com calma a doninha vai criando o seu império,
Exijo muito respeito porque sei que o mereço,
seis anos a dar-lhe- isto é tudo o que conheço
Não fales mal de mim, porque o teu som nunca deu,
isso é teu problema, não é problema meu,
Liricamente, não tens hipotese, é deprimente,
Criativamente o teu cérebro esta dormente,
Queres ter respeito, dá-te ao respeito,
assim terás todo o respeito a que tens direito
inveja não puxa carroça,, nem sequer faz mossa,
na segunda parte, ja levas uma coça...

REFRÃO:
é mesmo assim,
é mesmo assim, puto - RESPEITO

Novamente Virgul em acção, quando pego no mic o inimigo treme,
Se pensas que és grande, vai com calma porque não passas de um simples verme,
Sou muito amigo do meu amigo,
Sou mais perigoso que o próprio perigo
respeito quem me respeita, nunca queiras ser meu inimigo,
E tem juízo, puto, cuidado com as coisas que falas,
Se não gostas de cafézinho, toma lá um chá e vê lá se te calas,
Esconde-te em casa, Virgul no mic check também arrasa
Não sou nenhum g mas às vezes também fico em brasa,
Ardente, a tua inveja é mais do que evidente,
e se queres nos deitar abaixo, só mesmo um milagre,
tens que ser mais crente,
mas dificilmente a tua vontade sera realizada,
Não venho da " OLD SCHOOL " mas ja tenho alguns anos de estrada
Porque...

refrão

Com rimas vou-te ao rabo, começo e não acabo
quase que me babo, fico brabo enquanto me gabo,
Bacano, tenho razões para isso, deixa-te disso,
ouro maciço, quando largo o meu piço atiço o compromisso,
de fazer o que sempre fiz como sempre fiz,
da maneira que quis, claro como gis, abafo g's
ou gilletes - não sabes no que te metes,
a doninha tem os beats mais fats, besides, i'm ready for this cats
You wanna bet? This bet is set, mano-a-mano, téte a téte
Vomitas na retrete e eu cool like dat, rebobina a cassete
Puto PAC tá na área - RESPECT!!!

Olha mais um que acredita!




Better Way - Ben Harper

I'm a living sunset
Lightning in my bones
Push me to the edge
But my will is stone

Cause i believe in a better way

Fools will be fools
And wise will be wise
But i will look this world
Straight in the eyes

I believe in a better way
I believe in a better way

What good is a man
Who won't take a stand
What good is a cynic
With no better plan

I believe in a better way
I believe in a better way

Reality is sharp
It cuts at me like a knife
Everyone i know
Is in the fight of their life

I believe in a better way

Take your face out of your hands
And clear your eyes
You have a right to your dreams
And don't be denied

I believe in a better way
I believe in a better way
I believe in a better way

quarta-feira, 24 de junho de 2009

I believe... cada vez mais



I believe in the message
I believe in the power of pray
I believe in the future
I believe in the spiritual world
I believe we can achieve it
I believe there's something wrong
I believe there's too much for few
I believe it last for too long

I believe in the power of people
I believe in destiny
I believe in evolution
I believe in what I see
I believe the human body
I believe the mind is free
I believe there's too little for many
I believe in what I see

I believe that's not the end
I believe we can speak with them
I believe in the connection of worlds
I believe in telepathy
I believe in the power of people
I believe in destiny
I believe in evolution
I believe in what I see

Ishi, ni, san, shi, go, roku, shichi, hachi [4x]

I do believe in the message
I do believe in the power of your pray
I believe in your future
I do believe in your spiritual world
I believe that we can achieve it
I believe there's something wrong
I believe there's too much for few
I believe it last for too long

Ishi, ni, san, shi, go, roku, shichi, hashi [4x]

Ishi, ni, san, shi, go, roku, shichi, hashi [4x]

terça-feira, 23 de junho de 2009

Incrível



Combinámos ir ao concerto com alguns meses de antecedência. Há medida que a data se aproximava, perguntava-me se ainda faria sentido gastar dinheiro e energia num concerto de metal.

Encontrámo-nos umas horas antes. Percebi que não estava só nas minhas dúvidas. O rapaz do cabelo cor de fogo também tinha as suas interrogações. De qualquer forma, estavamos juntos, o que é raro nos dias que correm, uma vez que a maioria do tempo temos um oceano a separar-nos. Pusémos a conversa em dia enquanto nos dirigíamos para a Incrível Almadense.
Primeira constatação: nenhum de nós se lembrava como lá chegar...
Com alguma ajuda tecnológica e umas quantas indicações de um cidadão prestável, lá demos com aquilo.
Segunda constatação: as imediações da Incrível estavam repletas de t-shirts pretas, cabelos compridos, tatuagens e afins. O pessoal da pesada comparecia em força. Não fossem os óbvios sinais de maturidade (barrigas de cerveja, cabelos brancos, rugas e etcs...) diria que tinhamos viajado no tempo.
"Olha aquele! Lembras-te?" - o rapaz do cabelo cor de fogo distribua cumprimentos enquanto eu tentava desesperadamente despachar um assunto de trabalho pelo telemóvel.
Sentamo-nos a beber uma cerveja enquanto nos deixávamos contagiar pelo ambiente. Falámos de nostalgia e da relação com o passado, confortável para uns, quase insuportável para outros...
Quando entrámos, a banda portuguesa que abria as hostilidades já actuava. O jovem vocalista de tronco nu e tiques à Iggy Pop anunciava uma cover dos Dead Kennedys e a sala ainda a meio gás ia ao rubro pela primeira vez naquela noite. Começou o mosh. A segunda banda portuguesa actuou perante uma sala que não parava de se encher de gente. O calor começava a apertar e apelava a visitas regulares ao bar.
Quando os Suicidal Tendencies subiram ao palco, a multidão já gritava por eles há uns minutos. Aos primeiros acordes a sala explodiu ao perceber que se tratava do histórico You can't bring me down. Do balcão podíamos observar toda a energia gerada pela simbiose banda/público, tornada perfeita pela vontade que todos tinham de estar ali a viver aquele momento, aquele reencontro.
Antes de me deixar ir naquela energia, permaneci mais uns momentos a observar tudo aquilo. Lembrei-me das nossas interrogações e receios e sorri. Um concerto de metal é sempre um ritual colectivo extremamente poderoso e purificador. Ainda pertenço aquela tribo, entendo-a, conheço-lhe as regras e os códigos. Fechei os olhos para sentir melhor a paz que chega da constatação de que o meu caminho se me apresenta cada vez mais como um contínuo, no qual tudo o que vivi, vivo e sonho viver faz sentido, sem exclusões, nem arrumações, nem hierarquias. Como diz o Sam "o passado, o futuro e o presente, todos ao mesmo tempo!".
Nostalgia... para quê?!

Obrigada ao rapaz do cabelo cor de fogo (sem ti não tinha ido...), à grande banda que são os Suicidal e toda a gente que esteve na Incrível Almadense e que fez daquela noite insuportavelmente quente uma festa de arromba!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Trouble



O no, I see,

I spun a web, it's tangled up with me,

And I lost my head,

The thought of all the stupid things I said,

O no what's this?

A spider web, and I'm caught in the middle,

I turned to run,

The thought of all the stupid things I've done,



I never meant to cause you trouble,

And I never meant to do you wrong,

And I, well if I ever caused you trouble,

O no, I never meant to do you harm.



O no I see,

A spider web and it's me in the middle,

So I twist and turn,

Here I am in love in a bubble,



Singing, I never meant to cause you trouble,

I never meant to do you wrong,

And I, well if I ever caused you trouble,

Although I never meant to do you harm.



They spun a web for me,

They spun a web for me,

They spun a web for me.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Templo



Quem as viu chegar, fatos de treino, mochilas, conversas e risos não imaginaria que se iria passar.

Naquele monte perdido no tempo e no espaço, as 14 mulheres descalças pisaram o chão do templo e sentaram-se em círculo. No centro o ovo cósmico desenhado com pedras e dentro dele, pétalas de rosa que formavam um símbolo feminino, recebido numa visão pela Guia daquele dia.
O trabalho começou. O tempo parecia parado enquanto as 14 mulheres meditavam. A energia daquele local mágico a fundir-se com a delas, a expandir-se em luz e harmonia. Cada mulher trazia uma missão, uma procura, uma prece. Todas buscavam o sagrado, a plenitude e a sabedoria do feminino.
A cura. Não a cura milagrosa que simplesmente acontece, mas a cura que chega através da força e da paz com que investimos na mudança, no trabalho constante de nos sentirmos, de sentirmos os outros.
Como dançarinas exóticas, as mulheres foram largando véus e panos, despindo-se de tudo o que as afastava das dimensões mais subtis. Apresentavam-se agora nuas perante o Universo, prontas a dar e receber incondicionalmente. A energia desse Amor enchia o templo, espalhando-se pela Natureza esplendorosa que o rodeava. As lágrimas que corriam soltas e límpidas, os sorrisos, os abraços poderosos, reparadores. O ritual chegava ao seu auge numa explosão de energia. Olhavam-se e sabiam. Do poder de cada uma, do poder ainda maior que tinham assim unidas. E riam. E choravam.
No fim, ficaram deitadas ao Sol, olhos fechados. Levariam um pouco daquele monte perdido no tempo e no espaço e um pouco de cada uma delas permaneceria ali, eternamente.

Quem as viu sair, fatos de treino, mochilas, conversas e risos não imaginaria o que ali se passou...

domingo, 24 de maio de 2009

A Palavra



O tema é lindo. Faço também minhas estas palavras, pode ser Sr. Pac(otes)? Obrigada por tudo.


Tema para Sassetti - A Palavra - Da Weasel

A caminho da essência eu verifico a cadência
Da matéria que se mostra mim livre de regência
Mato a dor de sentir demais, de amar demais, de pisar demais
Em convenções fundamentais
Encho a cabeça mas não há carga nos contentores
Digo olá aos meus amores, bem-vindas novas cores
Da utopia eu crio filosofia todo o dia quando a apatia
Senta no meu colo e arrelia
Eu faço a liturgia da verdadeira alegria
Música nos meus ouvidos água benta em benta pia
A caminho com prudência eu não esqueço a violência
Que levou alguns dos melhores da minha existência
Mato a saudade de curtir demais, de tirar demais, de pisar demais
Em convenções fundamentais
Eu uso o tacto para trazer a água da minha fonte
Hoje em dia nem sequer preciso atravessar a ponte
Tenho a palavra escrita a tinta negra na minha pele
Menina dos meus olhos, doce como o mel
Palavra puxa palavra põe-me disponível para amar
Tudo aquilo que me seja sensível
E não são poucos aqueles que eu quero sem sequer os poder ver
Foi tanto o que me deram para nunca mais esquecer
Palavra de honra, guardo a palavra no meu bolso
Na parede, no conforto de uma cama de rede
Palavra de honra

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Fado



Sempre ouvi fado em casa, cresci com ele e com a Amália. Fiz questão de não gostar, de não querer ouvir, apesar da insistência dos meus pais. O meu encontro com o Fado surge muito mais tarde, embora hoje saiba que ele sempre fez parte de mim. Só encontro o Fado quando, depois de deixar Lisboa, a reencontro em canções como esta. Quem nunca migrou certamente não entenderá do que falo. Eu não entenderia se não tivesse acontecido comigo.
Vivo com um músico que toca guitarra portuguesa e que ouve muito fado. A minha reacção habitual é repetir com ele o que fiz com os meus pais. Não gosto, não quero ouvir. Mas um dia, ele saiu e deixou no leitor de cd's um disco da Amália. Resolvi ouvi-lo. Tinhamos saído do campo para outra cidade que não Lisboa. Sentia que aquele novo lugar não tinha lugar para mim.
O cd foi tocando e lentamente a minha cabeça foi invadida por imagens da minha cidade. Pelos tais cantos e recantos que descobrira por vivê-la diarimente, por ouvir os seus ritmos e melodias. As cores, os cheiros, os rituais, voltavam como por magia. Chorei copiosamente. O tema "Gaivota" transformou-se na imensa saudade que sinto da minha cidade. De tal forma que, mil vezes ouvido, continuo a chorar copiosamente com saudades de acordar e adormecer na minha Lisboa.



Quando ouvi pela primeira vez a versão do "Gaivota" pelo Projecto Amália Hoje não gostei. Estranhei. Forcei-me a ouvir novamente e compreendi. Não há lugar a comparações. Amália Hoje - o nome diz tudo. Andei intrigada, com vontade de ouvir mais temas deste Projecto. Apanhei-os nos Globos de Ouro, uma revelação.
Finalmente!
A minha geração, liberta de preconceitos e fantasmas, pega na tal herança séria, profunda e intocável, moldando-a à sua maneira. Sem medos, a herança de Amália reclamada pelas nossas tribos. Senti que um peso me saía dos ombros ao ver que demos realmente a volta. Resolvemo-nos. Mais um passo em frente.
I still believe!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Caracóis em headbanging



A cabeça cheia de caracóis que pareciam ter vida própria, o corpo de aparência frágil, o cigarro a bailar nos dedos, apesar da asma que volta e meia lá lhe pregava um susto. Imparável nas graças, nas palhaçadas, nas partidas que não poupavam nada nem ninguém. Na escola (e em todos os outros sítios), não havia meio termo: ou o amavam incondicionalmente ou nutriam por ele um ódio profundo. Eu amei-o desde o primeiro dia. Crescemos juntos, amigos inseparáveis, num enamoramento constante de avanços e recuos.
As noites passadas no teatro, a espreitar camarins, a pisar palcos vazios, a assistir vezes sem conta à mesma peça até saber de cor as deixas de cada um. As escapadelas para as escadarias interiores ou para o terraço, locais secretos para encontros secretos...
Os dias passados em Cascais, entre partidas telefónicas e concertos dos Guns n' Roses em vídeo. As idas ao News, onde nos esforçávamos por estragar os engates um ao outro, talvez o nosso jogo preferido. As tardes na casa para os lados da Avenida, a fazer trabalhos para a escola que saíam sempre melhor depois de pequenos furtos aos cigarros e ao whisky que por ali encontrávamos.
Com ele a vida era uma fonte constante de experimentação e diversão. Um grande teatro onde tudo era matéria de riso, de provocação. Sempre um gentleman, rodeava as amigas de pequenas atenções e mimos. Gravou-me muitas cassetes, daquelas com "passagens especiais de corrida". Sofreu de adicção aos AC/DC durante uns anos e as ditas cassetes não me deixam mentir. Esta foi sempre a minha música preferida deles e ainda hoje ao ouvi-la me lembrei daqueles caracóis em "headbanging"...

domingo, 17 de maio de 2009

Redemption Song



Estava a guardar esta obra prima para um post sobre umas férias de Verão. Agora parece-me subitamente despropositado...
Ainda sobre a Bela Vista e todas as reflexões que estes últimos episódios têm originado, deixo-vos com Bob Marley e a extraordinária "Redemption Song".

"Emancipate yourselves from mental slavery,none but ourselves can free our mind."

Para todos os que vivem e trabalham nas Belas Vistas do Mundo.

Em ligação directa ao blogue da Payita em http://pachadrom.blogspot.com/2009/05/pedras-contra-tanques.html

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Sob Pressão

Tenho tido uns dias difíceis. Sob pressão. Não resta grande energia para escrever.
Fica a música.

domingo, 3 de maio de 2009

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dá-lhe Sam!

Não resisto a dar-vos mais um tema do Sam. Poetas de karaoke. Com este tema Sam afirma não apenas a sua identidade como músico, mas sobretudo a liberdade de experimentar e reinventar a língua portuguesa no chamado "hip hop tuga".
O vídeo é genial.



Rapper's hoje em dia são como a pornografia
Nem todos dão tusa porque há uma oferta em demasia
Ofensa à filosofia da nossa imensa minoria
Não curto plagia, fotocopia pirataria
E unir à varial quem tira a magia original
Yoo reflecte e repete comigo eu agi mal
Só tu sabes o que usaste e quando o bolso tiver gasto
Do topo vais cair e não és bem-vindo como um
Padrasto
É aí que me afasto logo pra baixo com pára-quedas
Não te curto como apanhador nao curto moedas
Boy ouve:
Eu não preciso de regressos com sucessos
Eu faço poesia a maioria faz versos
Esquece os outros mete os pontos nos "i's",
Mete os contos no lixo
Ou sons postos no disco, Ouviste?!
Consistência integridade longevidade na essência
Tens de ter paciência
EU, pus-me na bixa, preenchi a ficha, ganhei uma
T-Shirt
Quando ouvi chamar a ficha...kando vi chamar de
artista
À 1ª vista era fixe ter a profissão
Sou vocalista de outra lista dos que pensam que são
É relativo todo o título e toda a afirmação
Sou criativo e digo-o com toda a estimação
Digressão é importante mas a tua e ficção
Como dj's que eu vejo nos pratos mandam "mixão"
Sem convicção,
Sinto-me à frente de gente que tem como influencia
uma
Só referência, uma só canção...
São imitação da escrita que limita a direcção
Solicitação evitam, necessitam correcção...


Refrão:

Dizem que cantam o hip-hop, mas não dizem nada, vêm
com
Poesia mas é só fachada
O português não tá cansado eles vêm com o inglês,
Eu pratico praticando a nossa língua outra vez
Seja hip-hop, seja rock são poetas de karaoke
Dá um stop se não faz block pros poetas de karaoke,
No teu block no teu stock
é poetas de karaoke, poetas de karaoke, são poetas de
karaoke...



Põe a gramática em prática,
Didáctica-o-Dramatica mentes citando técnicas
Poéticas com estéticas
Fonéticas sempre atento ao surpreendente
Com métricas à frente, pra mentes excêntricas
exigentes
Isto é pa todos, não e só pa Mc's
Isto é pa tugas que nunca escrevem na língua raiz
Querem ser internacionais mas tão-se a cagar pra isto
E nunca são originais são Nova york ou Paris
Sempre fui D. Diniz vocês são de onde der mais jeito
Onde houver mais fama e proveito
E se houver mais grana é aceite
E se houver uma dama com bom peito pensam que isso dá
respeito...
Confere e confirma a afirmação?vocês nao acordam
Que eu condeno a vossa causa falsa que vocês abordam
Contractos são assinados com condições que não
Concordam
E as gravatas ficam gratas
Pelos escravos que as engordam
Nao há credibilidade na performance
O microfone não tá ligado isso pra mim é no sence
Não percebo o vosso ponto no meu som, eu ponho censo
Porque eu escrevo como falo, como sonho, e como
penso...



Refrão:

Dizem que cantam o hip-hop, mas não dizem nada, vêm
com
Poesia mas é só fachada
O português não tá cansado eles vêm com o inglês,
Eu pratico praticando a nossa língua outra vez
Seja hip-hop, seja rock são poetas de karaoke
Dá um stop se não faz block pros poetas de karaoke,
No teu block no teu stock
É poetas de karaoke, poetas de karaoke, são poetas de
karaoke... (2X)

Não é correcto e sou mais poeta que vocês,
Todos voz do rock pop hip-hop é escrito em inglês,
Com a desculpa que foi a musica que ouviram ao
crescer
Nunca precisei de ouvir hip hop tuga pró fazer
Isso é o que dá mais prazer o meu idioma exploração
Vocês tentam outra língua pra tentar exportação
Querem ser os "moonspell" querem novos horizontes
Mas aqui o Samuel é madre Deus é Dulce Pontes
Porque há uma identidade vocês são todos idênticos
SÃO autênticos mendigos vendidos por cêntimos
NÃO compreendem o meu sentimento e mentem
Tentem jornalismo ou não comentem
Vocês fazem turismo de emoções que os outros sentem
Eu faço culturismo de expressões que todos sentem
Porque será que nunca param, param com novo
reportório
O vosso não é actual é revista num consultório
E é notório que a história nao quer a vossa presença
No relatório da apólice a rejeição foi essa intenção
Eu sei, no que é que eu vi do típico inox duro
Mais que fotocopias obvias que eu chamo de xerox puro
Vais ver com'é sais a pontapé,
Porque eu sou tipo hoofer?s tu cais tipo sudré
És um café sem SportTV, com o spot vazio
Não se pode evoluir ao ignorar o desafio
É SÓ PREGUIÇA!!!!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Juke revolucionária III - Intimidades e Identidades

Samuel Mira, mais conhecido por Sam the Kid. Um tipo criado na zona J de Chelas. Uma pessoa especial. Ouçam-no, procurem a sua história. Um revolucionário solitário, como outros que conheço (esta é para ti Forjex!). Daquelas pessoas que nos fazem acreditar que tudo é possível.
Foi difícil escolher um tema dele. Ofereço-vos este, muito pessoal, e transcrevo o que o Samuel escreveu sobre ele:
"Não é fácil alongar-me acerca desta letra, no entanto posso dizer que já a tenho há muitos anos. (...) Quando comecei a escrever, os meus avós - que viviam comigo - ainda eram vivos e eu ainda gravava os álbuns em casa. Por isso é que a parte final da música é uma interrupção às gravações que eu fazia no meu quarto, motivada nas discussões que frequentemente aconteciam, e esta, que está no disco, aconteceu mesmo. O resto fica para mim!"



Não sei se sou um plano ou um acidente com tesão,
Originado com paixão ou com sexo pós discussão,
Na raiz urbanizada na calçada e no alcatrão,
Não te esqueças de onde vens ou és esquecido então,
Eu só ponho uma questão, qual é a razão da minha
origem,
Não te fies na virgem, porque elas fingem e não
dizem,
E caso case ainda te acusam do que trazem,
O ladrão da paz e harmonia fácil empatia,
Com a máxima ironia, omitindo medos,
Paredes têm ouvidos construídos para segredos,
Quando é que tu desabafas?
Depois de 3 garrafas de vinho, ou 20 palavras que eu
não adivinho,
Enquanto a dor ecoa, habituado a que ela doa,
Porque quem amamos mais é quem nos mais magoa,
Ah! Amar e amar, há ir e nunca mais voltar,
Ao lar doce lar até que a morte ou uma traição
separe,
Mentiras omitidas é estranho é quando ocultam cenas,
A paz é singular ou há discussões às dezenas,
Sem qualquer motivo o final nunca é conclusivo,
Apenas um alivio assinado num livro, de onde eu
derivo,
Agora mais vivo, tornei-me no que eu sou,
Dou e recebo e se eu bebo bué é porque saio ao meu
avô,
É hereditário fluxo sanguinário que se transmite,
Ele sai a quem, feio ou bonito podes dar um palpite
que eu não me irrito,
Espaços da casa não ocupados trazem saudades e pensar
nisso é que eu evito,
Eu divido o tempo, na TV noutro evento,
Para não pensar em ti e fazer passar a dor como um
dente,

E toda a gente pergunta, a quem é que ele sai? A quem
ele sai?
Sou má goela porque eu saio ao meu pai,
E toda a gente pergunta, ele sai a quem? Sai a quem?
Se acordo tarde é porque eu saio à minha mãe,

Mas ta-se bem não há beef nunca houve desde novo,
Sem confirmação na comunicação e sem interesse,
Na certeza do amor, com a ausência da razão que eu
desconheço,
Não me convence,
Menciono o plano, de ter o nono ano,
E eu bano o resto eu manifesto-me através do som,
Converso em verso comigo e com o beat,
Com pitt no cubículo onde fico horas sem pressas e sem
demoras eu,
Pareço um ótario operário no meu endereço,
A preço ofereço um corpo solitário preso,
Em posse duma trombose,
Super avozinha fodeu a minha Susana tu chama os
bombeiros,
Mas a vida não para e avança como ponteiros,
Eu contei os anos inteiros até à mudança,
Tolerância cancelada e descansa enfermeiros,
E os primeiros pensamentos são de assumir uma
herança,
Em criança numa casa portuguesa com certeza,
Manca-me debaixo da mesa com a mão presa à cabeça,
A pensar que não aconteça e valesse a pena a batalha,
E eu quebro a cena, tal pai tal filho, tal pai tal
falha,
Não conheço um posto para fazer um juízo,
Porque isto nunca foi penoso isto é o meu paraíso,
E eu economizo ao comunicar isto em concreto,
E eu fico indeciso se eu quero ficar vazio ou
completo,
A mim não me compete fazer a escolha,
Só escolho fragmentos de momentos duma recolha,
De sentimentos, e eu sento e minto se eu disser que
não sinto a tua falta,
Sinto a ausência duma falta de paciência que te
exalta,
Ou exaltava, porque agora silêncio é despertador,
Que desperta humor desperta a dor em mim que eu....
hey pá foda-se

terça-feira, 28 de abril de 2009

E porque jukeboxes há muitas... Overkill



Overkill - Colin Hay (Men at Work)
I cant get to sleep
I think about the implications
Of diving in too deep
And possibly the complications

Especially at night
I worry over situations
I know will be alright
Perhaps its just imagination

Day after day it reappears
Night after night my heartbeat, shows the fear
Ghosts appear and fade away

Alone between the sheets
Only brings exasperation
Its time to walk the streets
Smell the desperation

At least theres pretty lights
And though theres little variation
It nullifies the night
From overkill

Day after day it reappears
Night after night my heartbeat, shows the fear
Ghosts appear and fade away
Come Back Another Day

I cant get to sleep
I think about the implications
Of diving in too deep
And possibly the complications

Especially at night
I worry over situations
I know will be alright
Its just overkill

Day after day it reappears
Night after night my heartbeat, shows the fear
Ghosts appear and fade away

O carro confortável, moderno. Equipado de fábrica com cadeiras para crianças, sensores, GPS. Um sistema de som a rivalizar com as melhores discotecas. Eram amigos de infância. Sentaram-se nos bancos aquecidos. Ele no lugar do condutor. Ela no lugar do pendura. Os Miúdos sentados no banco de trás. Apertaram os cintos e prepararam-se para mais uma viagem até ao Quintal do Zé. Uma rotina que se tinha instalado desde que aquilo tinha acontecido.
A embalar a viagem, que durava pouco mais de meia hora, uma playlist também ela inscrita naquela rotina. Uma viagem pelos anos oitenta, com incursões breves pela música pop mais recente. Das colunas saía o som ensurdecedor dos Queen, Soft Cell ou Cult. Faziam estremecer o carro e silenciavam o diálogo. No banco de trás, os Miúdos cantavam Linkin Park, num inglês como só as crianças de seis anos o sabem inventar.
E um “Overkill”, cantada por Colin Hay, numa versão acústica dos Men at Work. Que a perseguia a Ela durante os dias que se seguiam, a cantarolar a melodia dentro da cabeça, sem saber porquê, à procura do sentido da música. O desconforto sentido de quem não gosta do género musical, mas que não consegue evitar a atracção. Uma mariposa na luz do candeeiro...
No Quintal do Zé, o jantar cúmplice de amigos de longa data, a evitarem a conversa sobre o que tinha acontecido, a contornarem o assunto. Os Miúdos a brincarem, numa nova felicidade descoberta e alinhavada por eles. A sobreviverem à catástrofe, como só as crianças de seis anos o sabem fazer.
A viagem de regresso. Os Miúdos a tombarem de imediato no banco de trás. O cansaço da brincadeira, mil e uma vezes inventada, a vencerem os monstros que existem debaixo da cama. A dormirem um sono solto, em silêncio. E uma playlist a emudecer diálogos, a apagar a conversa. Num grito silencioso, Ele a dizer que combatiam os fantasmas outro dia. Ela, no silêncio gritante da música a desejar que a viagem chegasse ao fim. E um “Overkill”, a persegui-la nos dias que se seguiam. A desejar aniquilar a mariposa...
Um dia, Ela foi à descoberta do sentido do desconforto. Numa playlist que lhe dizia pouco, uma música que a incomodava. Enfrentou os fantasmas e evocou as artes mágicas que expulsam os monstros para reinos distantes. Queimou as asas... Olhou para a música e decifrou-lhe a letra: Overkill - an excess of what is necessary or appropriate for a particular end. E entendeu…
A rotina da viagem até ao Quintal do Zé. Imposta pelos Miúdos. A Miúda, filha dela, a procurar num seu igual o irmão que não tinha, porque os pais se tinham separado precocemente. O Miúdo, filho dele, a preencher com Ela o lugar vazio do pendura. A procurar a mãe que tinha partido recentemente, numa viagem dolorosa e inesperada, sem regresso. A Morte, um monstro debaixo da cama, a ser silenciada num grito ensurdecedor, como só duas crianças de seis anos o sabem fazer...
Maktub

domingo, 26 de abril de 2009

Juke revolucionária II

Roubei esta canção e este vídeo do blog de um amigo (http://poesia-incompleta.blogspot.com/2009/04/ate-segunda.html), que ontem, dia 25 de Abril de 2009, a usou como despedida, num " até segunda." ...
Ouvi e vi e fiquei boquiaberta, como já me tinha acontecido com outras canções do Gabriel. Num dia em comemoramos uma revolução que já merecia tantas outras em cima...
Um outro amigo ao comentar o meu post de ontem com as duas canções que serviram de senha à Revolução de 25 de Abril de 1974, dizia "venham mais canções revolucionárias, precisamos delas". Aqui está uma, de muitas.

Como alguém disse:

" All I got is a red guitar, 3 chords, and the truth. All I got is a red guitar, the rest is up to you".

Há quem ande a cumprir a sua missão. Haja quem ouça, entenda e aja.




Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura

(Refrão)
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

(Repete refrão)

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante

(Refrão x2)

A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário

(Refrão x2)

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco

A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você

Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá

Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar

Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não

(Refrão x2)

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro


(Refrão)

PS - obrigada aos dois amigos, um de sempre e outro recente. Quem tem amigos tem tudo!

sábado, 25 de abril de 2009

Juke revolucionária

A escolha de canções como senhas de uma revolução em progresso diz muito sobre o povo que somos.

25 de Abril Sempre! Fascismo nunca mais!



1ª Senha



2ª Senha

sexta-feira, 24 de abril de 2009

E porque jukeboxes há muitas... Góticos ao ataque!

"A atmosfera é realmente maléfica, mas você sente-se à vontade dentro dela". (comentário de Bernard Summer, guitarrista da banda Joy Division, sobre o filme “Nosferatu”, gerou a definição que muitos consideram a mais concisa do assunto.)




O vento agitava as copas das árvores, despojando-as das poucas folhas que ainda resistiam ao crepúsculo outonal. Uma após outra, que se lhe juntava, iam aglomerando-se num leito castanho que atapetava o solo empapado pela chuva e pelo orvalho.
Chegara cedo, acompanhada pelos primeiros raios de sol, tímidos, encobertos, frágeis… Deteve-se por instantes ante o portão de ferro, aberto, fixo ao velho muro de pedra coberto de musgo. Dirigiu o seu olhar para vereda que se que se estendia à sua frente, ladeada por ciprestes, antes de iniciar a sua marcha processional.
E o vento soprou um bafo gélido.
Trazia um manto de veludo com o capuz sobre a cabeça que a cobria de negro e a tornava numa visão espectral.
O seu percurso era acompanhado por estátuas de pedra que vertiam lágrimas. Algumas, prostradas, num desfalecimento de dor sobre lajes frias e esquecidas entre a vegetação densa. Figuras ajoelhadas em pranto. Anjos que erguiam as asas aos céus e os apontavam, sugerindo um caminho para uma salvação que talvez fosse demasiado tarde para alcançar.
Todos eles, mais do que guardar alguém ou para além de lamentar, estavam ali para lembrar aos que passavam: Siste Viator! - Aspice Viator! (Detém-te Viajante - Olha Viajante).
E o vento era um lamento murmurado por entre as árvores.
Chegava ao final do seu caminho, junto a uma laje de mármore, despida, sobre a qual jazia unicamente uma pequena jarra de alabastro onde depositou delicadamente uma rosa, que segurava entre os dedos finos. E esse gesto revelou um braço alvo e uma pele suave e marfinosa. Em seguida, levou as mãos ao capuz e puxando delicadamente para as costas, revelou uns longos cabelos negros, que o vento se apressou a acariciar. E duas lagoas profundas de onde transbordaram lágrimas de saudade, descrevendo o contorno do rosto, deixando atrás de si um sulco bem menos profundo que o provocado pelo desgosto atroz que lhe tinha desfigurado o coração.
E o vento sussurrou uma elegia que falava de duas almas separadas na Sorte.
Olhou o céu cinzento, procurando o caminho da salvação de uma alma que ela desejava salva e a quem ansiava reunir-se na Eternidade. Que nunca mais a Senhora Negra a voltasse a apartar daqueles braços que um dia a haviam confortado. E recordando, ajoelhou-se num pranto mudo e sufocante, e apoiou a fronte na pedra fria, imaginando-a naquela onde tanta vez a tinha encostado com doçura. Depois beijou-a, colando-lhe os seus lábios carmesim, invocando em si doçura e o calor que agora não encontrava.
Quando de repente, num gesto súbito, a ferro frio traçou a linha do seu próprio destino, tomando-o no pulso.
E ficou ali, prostrada sobre aquele esquife de dor e saudade, decidida a unir-se a quem desejava que terra fosse leve. Petrificada naquele abraço, confundia-se com as demais imagens inertes que velavam os seus.
E o vento gritou… e depois…tornou-se uma brisa…

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Está tudo doido?



Aqui estou eu a escrevinhar no teclado. A escrever e a publicar na blogoesfera. A falar com os amigos no msn, no gtalk. Excelente, uma maravilha tecnológica. Falo todos os dias com pessoas de quem gosto e que estão longe. Até aí, tudo bem. Podemos partilhar pensamentos, imagens, filmes, música, sentimentos. Enganar a distância, enganar a solidão. Até aí, tudo bem. Mas quando os amigos que vivem a poucos quilómetros passam a "amigos da net", ao ponto de lhes estranharmos a voz quando nos telefonam, algo começa a não estar tão bem.
A amizade, o amor pelo outro, vingam quando passados os encantos iniciais, as pessoas não se limitam a suportar-se, tirando prazer da proximidade ao outro. Ora eu começo a achar que a maioria dos meus amigos se estão lentamente a tornar em amigos imaginários. Imagino-lhes a voz, a expressão, os pensamentos. Porque aqui somos todos personagens, podemos brincar aos teatros, arriscar como nunca seria possível num contacto "face a face". Perpetuamos a tal fase inicial do encanto, do imaginar o outro. Fazemos e desfazemos sem consequência, protegidos atrás de um teclado.
Apesar de todas as vantagens, tudo isto me assusta ( e no entanto, aqui ando...). Para onde nos leva esta desumanização das relações humanas?
Está tudo doido?

domingo, 12 de abril de 2009

Era uma vez



Escapámos da cidade por uns dias. Cabeças a transbordar problemas, angústias e incertezas. Lixo, basicamente. A casa antiga, plantada num lugar rodeado de verde e de água, que corre forte e límpida. O tempo lentamente a estender-se, a esticar-se à medida que íamos largando o "lixo" que trazíamos. As noites em redor da lareira da cozinha, coração e alma da casa. Noites longas, música e palavra, olhos perdidos no fogo, nas formas fantasmagóricas das chamas, nas figuras esculpidas nas brasas. E o tempo a estender-se, a esticar-se, deixando-nos ir mais fundo, para lá da superfície confusa das nossas vidas. Regressámos a nós e as respostas estavam todas lá.
Era uma vez...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O meteorito



As mudanças surgem basicamente de duas formas. Ou somos nós que as provocamos, e aí temos algum tempo para ensaiar, ou não temos qualquer parte activa no processo e caem-nos em cima como um meteorito. Num piscar de olhos, a vida como a entendemos é devastada. E ali ficamos, queixo caído perante a total e completa calamidade. Pensamos por momentos que é o fim, mas rapidamente percebemos que estamos bem vivos.
Porque dói!
Choramos, gritamos, descabelamo-nos. Mantém-se a calamidade e continua a doer. E continuamos vivos. Mais vale viver, assim sendo. Enxugamos as lágrimas e seguimos. Um dia após o outro. Horas que não passam, piadas sem graça, comida sem tempero. Tudo sabe a nada. Existimos, ocupamos espaço, cumprimos. Nada mais. O espectáculo tem que continuar por isso mascaramo-nos de sorrisos e usamos todos os truques que temos na manga. Não para ganhar, apenas para permanecer em jogo. Desistir continua a ser uma hipótese mas começamos a sentir que não vai acontecer assim, o desfecho não será esse. De outra forma teríamos certamente morrido.
A luz ao fundo do túnel, uma réstia de energia. Juntamos-lhe uma porção da raiva e frustração por termos sido vítimas de algo incontrolável, uma pitada de orgulho, um restinho de amor próprio, um pouco de fé num destino maior e, voilá! O princípio da força para recomeçar.
Começamos a ter saudades do futuro. Descobrimos insignificâncias essenciais, recebemos de volta o nosso sorriso genuíno. O mundo retribui a atenção e presenteia-nos com promessas de felicidade. Ganhamos cor e solidez.
Afinal o meteorito não era assim tão grande. Nem sei se seria mesmo um meteorito... talvez uma pedra... pequenita.

Para uma companheira de savana

quarta-feira, 1 de abril de 2009

À Solta



De férias em Lisboa, o destino diário era a Costa da Caparica. Pequenos grupos que se juntavam a outros pequenos grupos até se tornarem num enorme grupo de adolescentes à solta na praia. Os do surf, os da bola à beira-mar, os das raquetes, os que permaneciam vestidos e pálidos na sombra. Os banhos que duravam horas, as conversas que se estendiam vagarosas até ao por do sol. Velhos e novos amigos davam novos mundos aos nossos mundos, enquanto a teia social se tornava mais densa e complexa. O sol, o mar e a areia tornavam tudo mais intenso, belo e com cheiro de liberdade. Acertavam-se combinações para a noite que chegava:
- Vamos onde?
- Vais com quem?
Só abandonávamos a praia quando o último raio de sol desaparecia no horizonte. Os corpos quentes, o sal e areia a picar por debaixo da roupa. A energia tranquila de um dia que se cumpriu e a adrenalina da noite por acontecer. Andávamos à solta e nada podia ser melhor. Lembro-me de ouvir esta música dos Maiden no regresso a Lisboa, num carro apinhado e com o vento a bater-me na cara. Hoje ouvi-a na rádio e soltaram-se estas memórias como ondas. Tenho a sorte de não saber até hoje o que são "wasted years".

terça-feira, 31 de março de 2009

You Oughta Know



Ser trocada por outra... Um verdadeiro filme de terror, no qual ainda por cima somos o monstro! Será a pior experiência possível no jogo do amor. Felizmente a Alanis teve a inspiração de escrever este tema a tempo. Salvou o tal casalinho de algumas mazelas, mas sobretudo salvou-me a mim, que em vez de partir para a ignorância, despejei toneladas de raiva a cantá-la aos berros.
Adoro este tema, letra e música, sobretudo pela coragem que implica soltar cá para fora algo de tão pessoal e que causa tanta dor.
"Ca forte!" , diria alguém que conheço.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Metal e Drunfa - uma pequena história de amor



Naquele Verão encontraram-se. Já se conheciam de vista. Grupos de férias, amigos comuns. Ela emprestou-lhe a cassete dos Suicidal Tendencies, ele emprestou-lhe a cassete dos The Red House Painters.
O amor de Verão ficou enterrado na areia, mas as cassetes não foram devolvidas e continuaram a tocar...


sexta-feira, 20 de março de 2009

A Espera



Aquela espera era rotineira mas insuportável. Não valia a pena fechar os olhos e tentar dormir. O corpo não deixava. Cada minuto durava uma vida inteira, talvez nem chegasse viva ao próximo. O fim da espera nunca tinha hora marcada. Podia demorar o dia inteiro, podia surgir no minuto seguinte. A sua cabeça fervia em pensamentos terríveis e desorganizados, o corpo teimava em desobedecer-lhe e ganhava vida própria.
Perante este quadro, sabia que só havia uma coisa a fazer. Desligar a luz e ligar a música, som no máximo. Só resultava com o Radio Waves do Waters. Aos primeiros acordes fechava os olhos e deixava que o corpo desorganizado se orientasse pelo ritmo. Em poucos segundos a harmonia tomava conta de tudo. A partir daquele pequeno quarto para os lados da Estrada de Benfica, a rapariga, tal como Billy, entrava em comunicação com o universo. Na completa escuridão (uma das condições essenciais para que a estratégia resultasse) e dançando como se da última dança se tratasse, sentia-se abençoada. A espera até podia não ter fim. Assim estava protegida. Pelo poder da música, pelas ondas que a ligavam ao resto do(s) mundo(s). Assim permaneceria viva.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Laura



Mais uma vez volto ao ser pequeno e curioso que fui. À casa dos meus pais, às suas bandas sonoras. Juntamente com a "Construção" do Xico Buarque, este tema do Zeca Afonso trazia-me um sentimento que naquela altura não sabia explicar. Ficava presa nos sons, na letra que desesperadamente tentava descodificar. Que segredos eram estes? De que mundos falavam? Que gente triste era esta? E porque é que a música me prendia e me enredava se ao mesmo tempo me causava um desconforto tão grande?
Os meus pais iam soltando pistas:
- Antes ouvíamos o Zeca muito baixinho, sabias? Os vizinhos não podiam ouvir. Ninguém podia saber.
- Antes quando? - perguntava eu, alarmada.
- Antes da Liberdade, sabes? Antes do 25 de Abril.
- E como era quando não havia liberdade?
- Era triste. Toda a gente tinha medo. Nem podíamos conversar. O pai corria perigo. Escondia as pessoas que lutavam pela liberdade.
- Como o Mário Soares e o Álvaro Cunhal?
- Sim, mais ou menos. Cada um fazia o que podia. E não podíamos dizer a ninguém. As pessoas más vinham e levavam-nos. Era muito complicado. Um dia vais entender...
Entendi logo. Não como depois, claro. Mas entendi. Entendi que aquela música misteriosa vinha de um tempo de medo e de silêncio. Um silêncio forçado, que abafava gritos e choros. Tive tanta pena da tal Laura. Devia ser bonita e especial, senão o Zeca não lhe tinha feito uma música. Mas que vida triste havia ela de ter para ele a chorar assim!
Ainda hoje é minha música preferida do Zeca. A misteriosa Laura e a sua espera angustiada permanecem tão enigmáticas e belas como da primeira vez. E o Zeca permanece o contador daquele mundo. Um mundo que já não conheci e que não quero que seja o meu, o nosso. Nunca mais.

Este texto é dedicado ao meu pai, Américo Ferreira. Um homem que lutou sempre do lado certo da luta, sem nunca se prender a outros interesses que não os da sua própria humanidade.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Ideologia



Cazuza. Disse um dia, "sou o beijo da boca do luxo na boca do lixo". Um dos meus heróis. Não morreu de overdose. Morreu de SIDA. Escreveu este tema já doente e sabendo-se sem salvação possível. Convido-vos a conhecer esta personagem e a sua obra. Garanto que não se vão arrepender.

Ideologia

Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...

Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma para viver
Ideologia!
Eu quero uma para viver...

O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Para nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! saber quem eu sou..

Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma para viver
Ideologia!
Para viver...

Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro...

Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma para viver
Ideologia!
Eu quero uma para viver..
Ideologia!
Para viver
Ideologia!
Eu quero uma para viver...

terça-feira, 3 de março de 2009

E porque jukeboxes há muitas... Elephant Gun



Tenho uma amiga que tem um talento muito especial para me enviar a música certa na altura exacta. Músicas que acabam invariavelmente por acompanhar etapas da minha vida. É o caso deste Elephant Gun. "Vá... Toma lá esta para te animares!", disse-me ela um destes dias.
Durante algum tempo foi o que ouvi, em repeat, numa viagem pelos diferentes caminhos desta música e deste vídeo, surpreendida a cada vez com os seus diferentes pormenores.
Que é o mesmo que nos acontece tantas vezes na vida quando tropeçamos em alguém "que nos faz parar, voltar atrás, olhar e perceber onde foi", como já aqui foi escrito neste blog. E depois de percebermos onde foi, seguimos o nosso percurso à descoberta da outra pessoa, surpreendidos a cada vez com os seus diferentes pormenores.
E isto que eu escrevo será verdade para quase todas (se não todas) as pessoas que tenho conhecido ao longo da vida. Descobrir o Outro é das mais complexas, estranhas, singulares e belas experiências da vida. Que nos faz ir mais longe. Fora de nós, mas sobretudo dentro de nós.
Descobrir este Elephant Gun acompanhou uma outra peregrinação que me deixou a confabular sobre histórias de faunos da Guerra Civil Espanhola, bibliotecárias com nomes de bicho da fruta, pacotes de batatas fritas aldrabados por estratégias de marketing opressivo, digestivos com sabor a óleo de cedro, nenucos aniversário que mais parecem o Benjamin Button... Aninhada em tabuleiros de xadrez imaginários, num xeque-mate que se redescobre a cada instante. E que me surpreende a cada vez com os seus diferentes pormenores...

La Payita

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Neve



Em miúda sonhei com uma família grande. A minha era francamente pequena. Veio a adolescência e a família passou a ser a Grande Seca a evitar. Ainda por cima, sendo pequena (a família), os holofotes pareciam estar constantemente virados para mim inviabilizando qualquer tentativa de passar despercebida. Cresci e o regresso foi inevitável. Mas agora já não tinha apenas uma família. Apaixonei-me por um homem que tem uma família grande. Muito maior e complexa do que aquela com a qual sonhava em pequena. Nos primeiros tempos nem sabia bem como havia de lidar com tanta gente, tantas histórias, tantos hábitos e regras novas. Sentia-me absolutamente perdida naquela "multidão". Olhava para trás sem perceber porque é que algum dia tinha desejado uma família grande. Eram demasiadas sensibilidades, personalidades e feitios para gerir. Uma canseira!
Depois de ter sido mãe passei a observar a forma como as minhas filhas lidam, tão naturalmente, com toda esta multidão de parentes. Como para elas, tudo se encaixa, sem receios ou melindres, como é típico das crianças. Por essa altura já tinha percebido que além de alguns (poucos) amigos especiais, quando a vida nos prega rasteiras, a família é tudo o que nos resta, o único tronco que nos salva da corrente. Mas a lógica de clã, grande e apertado continuava a ser ligeiramente desconfortável.
Há uns dias, fizemos, com um dos grandes clãs ( sim, há mais que um...), uma viagem à neve.
- "Mãe, olha a música da neve! E nós também vamos! Com os avós, as tias, os tios, os primos..." - dizia a minha filha mais velha quando ouvia este tema dos Red Hot.
Eu estava extremamente cansada, stressada com o trabalho que anda mesmo trabalhoso. Era apenas um fim de semana. Achei que voltaria ainda mais cansada, mas a excitação das minhas filhas com a neve e a família era tal que meti a viola no saco e lá fui.
Voltei quase como nova. Pronta para mais uma semana difícil. O cenário era magnífico e apagava tudo o que ficara para trás. Só nós, a neve, o ar puro. O riso dos miúdos e dos graúdos. Só isso...
Algures durante aquele fim de semana, dei por mim a olhá-los e a pensar como era bom estar ali com eles, como tinha saudades de passar algum tempo com cada uma daquelas almas. Dei por mim a perceber que efectivamente tenho o meu lugar no clã. Que lhes pertenço e eles a mim.
Dei por mim a pensar como é fantástico ter uma família grande.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

E porque jukeboxes há muitas... Há amigos e amigos



Há amigos e amigos.

Há aqueles amigos que, para além da amizade, oferecem-nos mais, muito mais. Partilham o seu conhecimento, a sua visão do mundo, daquilo que os rodeia.

Foi um Amigo assim que me abriu o espírito e a razão para um dos maiores ícones da musica em Portugal e por que não, no mundo.

Porque uma coisa é certa: é enorme como músico e não era menor como homem.

Era porque já nos deixou, mas ficou a sua música que continua actual, única, mágica, capaz de nos agarrar e transportar para outro mundo, o mundo do homem que a compôs e que via as coisas de uma forma muito própria, como só um génio é capaz de ver.

É um pouco do homem e não do músico que gostaria de partilhar convosco. Se é que esta destrinça é possível, pois talvez homem e musico sejam inseparáveis, incapazes de estar um sem o outro.

Quando lhe perguntaram como era possível que, um musico da sua idade e experiência, reconhecido nos quatro cantos do mundo, autor de verdadeiras obras de arte musicais, digníssimo guitarrista ovacionado nas maiores e mais famosas casa de espectáculo deste planeta, continuasse a deslocar-se, todos os dias, de autocarro e/ou eléctrico para o seu local de trabalho que zelosamente fazia questão em manter, sujeito às dificuldades inerentes a estas jornadas, quando poderia simplesmente usufruir das comodidades inerentes à sua condição de musico famoso, Carlos Paredes respondeu:

- Se não continuasse a deslocar-me desta forma, percorrendo os mesmos caminhos, misturado com as pessoas como sempre fiz, então a minha música seria outra, seria diferente. São estas rotinas diárias (deslocações, função de administrativo no hospital) que mantêm a pessoa que sou, que suportam os meus sentimentos e que dessa forma conservam os requisitos necessários para continuar a produzir a música que gosto e que pretendo atingir.

É esta visão, de um homem ao mesmo tempo tão grande e tão simples, que me faz ver aquilo que realmente é importante nesta vida…

Sorte minha, Amigo Pedro por contar com a tua Amizade!!!

Gonçalo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Xico e o Caetano



A casa dos meus pais. Domingos de manhã. O meu pai a ler o jornal, a minha mãe a fazer bifes com açorda para o almoço. Eu, pequenina, sentada no chão a fazer construções, atenta às palavras. Atenta à música. O disco a rodar. O Xico e o Caetano. Dizem que ainda mal falava e já cantarolava as canções deles. Fazem parte de mim, são família. Cresci com eles, com o poder da sua música, do seus poemas.
Ainda hoje me sinto reconfortada ao ouvi-los. Como se voltasse ao ser pequeno e curioso que fui. Como se voltasse a casa, ao colo do meu pai, que cheirava a aftershave e tabaco. Aos domingos solarengos e preguiçosos. Quando o mundo lá fora se punha quieto e silencioso, só para ouvir o Xico e o Caetano.